Summer Update 2024: Loucura das Ervas

Bernardo tem uma cabeça grande, orelhas proeminentes e ombros estreitos. Seu cabelo preto é penteado com pomada em uma risca lateral. Suas calças estão sempre puxadas para cima demais, expondo suas canelas, que estão danificadas por muitos golpes descuidados. Ele usa sapatos de couro marrons surrados e se move devagar e de forma incerta – não é alguém que você queira ao seu lado em uma das muitas batalhas de Tibia.

Mas aqui na Edron Academy ele é importante. Bernardo e seu companheiro Gunther são estudiosos. Em sua área de especialização, os oceanos de Tibia, suas palavras geralmente têm grande influência. Desta vez, na reunião semanal da academia, no entanto, seus avisos são ignorados…

Bernardo tenta novamente: “Posso garantir que essa anomalia não é fruto da imaginação. A população de tubarões diminuiu drasticamente, e de forma alarmante. Vibrações do fundo do mar também foram regularmente registradas, vindas do leste. Nenhum maremoto ou movimento tectônico pode gerar tais valores. A duração e regularidade são completamente inéditas.”

“E o que você acha que é responsável por essa anomalia, como você chama?” intercede um dignitário grisalho com uma expressão entediada no rosto.

“Parece que algo está caminhando… Acho que é algo orgânico.”

“Você acha que é um ser vivo? Talvez um peixe dourado de duzentos metros de comprimento com pernas, passeando pelo fundo do mar?” O grupo ruge de rir. “Fique no seu trabalho e continue de olho em coisas importantes como a qualidade da água e os rituais de acasalamento das arraias manta.”

Demais. Em perfeita sincronia, os dois cientistas levantam-se de seus assentos. “Nossos achados são alarmantes e acreditamos que uma investigação urgente é necessária. Mas há uma ignorância gelada nesta rodada.”

Eles deixam a sala e seguem direto para o porto, onde o Capitão Seahorse já parece estar esperando. Seu rosto bronzeado pisca para eles. “Olá, meus dois cabeções favoritos. Há algo que vocês deveriam ver.”

Lá na cabine do navio, ele aponta significativamente para um embrulho que está em uma mesa de madeira. “Peguei isso de um nativo perturbado que fantasiava sobre uma catástrofe iminente e o fim de todas as criaturas terrestres. Sabe, a princípio eu só pude rir disso, mas quando vi essa coisa, o riso ficou preso na minha garganta.”

Ele cuidadosamente remove os trapos nos quais o objeto está envolto. Uma criatura marrom-esverdeada, de formato estranho, emerge. Com um movimento, ele puxa parte da massa encharcada para cima e assim abre a boca desse cadáver abominável.

“É uma boca grande. E você ainda pode ver partes de seus braços e pernas. Estou navegando pelos oceanos do mundo há eras, mas nunca vi nada assim. Isso não é um animal. É mais parecido com uma planta. Agora, para a grande e confusa questão: O que é isso, meus queridos ratos de biblioteca?”

A expressão de Bernardo está cheia de horror. “Pelo amor de Deus! Eu… eu… não sei. Isso deve ser uma forma completamente nova de vida. Mas faz sentido. Faz um terrível sentido. As peças se encaixam. O mestre das marionetes gradualmente se revela. Precisamos chegar à origem dessas criaturas, ou estaremos condenados.”