Winter Update 2023: Galthen e a Cidade de Ouro, Parte II
Cuidado com aqueles além do nosso domínio,
Através de véus nebulosos, suas histórias se desdobram.
Eles roubam, sequestram, em sombras eles caminham,
Andarilhos silenciosos, espalham seus segredos.
Tema aqueles que não revelam sua intenção,
Sem explicação, uma convenção enigmática.
Eles cultivam a agonia, a morte em sua missão,
Desprovidos de compaixão, uma disposição sombria.
Ahau’s Chamberlain
Um leve arrepio percorre sempre o meu corpo quando leio poemas antigos dessa natureza. Este aqui está simplesmente esculpido em uma árvore antiga que fica na frente do taverna. Eles estão cheios de lendas, com certeza, mas talvez haja um núcleo de verdade aninhado dentro de uma ou duas dessas histórias arrepiantes. Estou intimamente familiarizado com esse sentimento. Delicio-me com a busca por tais pistas – não é apenas um hobby, é minha profissão. Meu nome é Crowhurst e, embora alguns me chamem de aventureiro, me vejo como um indivíduo profundamente curioso que percorre o mundo com uma sede insaciável por conhecimento.
Esta história em particular tem capturado minha imaginação de uma maneira distinta. Para mim, não se trata de desenterrar um tesouro enterrado ou obter o pote de ouro no final do arco-íris. Não, minha fascinação reside no próprio arco-íris, na história que ele conta. Estou pronto para descobrir a verdade, e parece que não estou sozinho nessa empreitada. Este lugar está repleto de salteadores de estrada e figuras sombrias. Eles se reúnem na taverna, fortalecendo-se antes de se aventurar mais no desconhecido. Eles contam uns aos outros histórias das cicatrizes e feridas que sofreram ao longo dos anos, comparando a letalidade de suas armas e a durabilidade de suas armaduras.
Muitos falam dos Iks, de símbolos antigos, de um perigo de outro mundo e de pistas que levam a um indivíduo falecido que pode fornecer orientação. A própria ideia é simplesmente fascinante, não é? Perigo de outro mundo, uma pessoa falecida – é uma maravilha. Tenho afinidade por esses mitos supersticiosos das sociedades primitivas. Quando há relâmpagos, atribui-se a um deus zangado; quando chove, a culpa é atribuída a uma bruxa malvada espreitando na floresta. E meus companheiros aventureiros estão profundamente envolvidos nisso e tratam essas questões com absoluta seriedade. Acho impossível não sorrir diante da solenidade desta sociedade, da sua apreensão divertida ao se depararem com antigas histórias e lendas. É quase como se estivessem assustados, semelhante a crianças pequenas que criam fantasmas imaginários em suas mentes. E aqui estou eu, a caminho de consultar uma alma falecida em busca de informações sobre uma ameaça interdimensional. Não é absolutamente cativante? Não é engraçado pra caramba?